SC Braga. Soprar as velas, aplausos e o sonho de ser campeão

A 19 de Janeiro de 1921 nascia um clube chamado Sporting Clube de Braga. Na sua génese está o futebol, mas ao longo dos anos o atletismo, a natação e o futsal foram modalidades para as quais o clube começou a olhar. Reza a história que foi um grupo de adeptos leoninos e benfiquistas quem criou a estrutura, que, devido à influência massiva de adeptos do Benfica na cidade de Braga, destacou o vermelho como cor predominante do clube bracarense. Hoje, não é estranho ouvir-se nas ruas, na rádio e na televisão tratar a formação de Abel Ferreira como “arsenalista” ou “guerreiros do Minho”, expressões que se foram enraizando ao longo dos anos.
O primeiro jogo terá sido contra a equipa do Dafundo no antigo Colégio do Espírito Santo, que viria a dar lugar ao campo das Goladas. Durante dezenas de anos, os adeptos bracarenses gritaram golo no Estádio 1º de Maio e só no novo milénio é que começaram a ver a bola no Estádio Municipal de Braga. Foi na Pedreira, em 2010, que o SC Braga ouviu o hino da Champions League pela primeira vez. Aqui, um ano depois, Domingos Paciência levou a equipa a um feito europeu nunca antes alcançado. Na final da Liga Europa 2011, em Dublin, foi o FC Porto quem “saiu na rifa”, com os azuis e brancos, graças a um golo de Radamel Falcão, a trazerem a taça para o Porto. Apesar da derrota, a Europa começava a saber identificar Braga no mapa do panorama do futebol europeu.
Por Portugal, o FC Porto nem sempre levou a melhor sobre o SC Braga. Em 22 de Maio de 2016, no Estádio do Jamor, frente aos Dragões, foi preciso recorrer às grandes-penalidades para, 50 anos depois, o SC Braga voltar a conquistar uma Taça de Portugal. Na altura, eram jogadores dos arsenalistas caras que ainda hoje continuam a pisar o relvado do Municipal. Marafona foi herói ao defender duas grandes-penalidades, Goiano foi titular e Alan, agora resposável pelas relações institucionais da estrutura arsenalista, ficou no banco de suplentes. Depois da Taça de Portugal, o presidente António Salvador quer mais. Com o centenário do clube muito perto, o líder do SC Braga aponta ao título de campeão nacional de futebol. “Não escondemos o sonho que temos de ser campeões”, dizia hoje à margem da acção de celebração do 97º aniversário.
O sonho inclui formação de atletas e conquista títulos em todas as modalidades
A Cidade Desportiva é uma obra já classificada por António Salvador como um “feito histórico” do clube.
“Deixa-me orgulhoso ver na Cidade Desportiva os jovens que são o futuro do clube”, considera, Salvador. Aqui há espaço para o futebol, das camadas jovens aos seniores, para o taekwondo e para todas as modalidades com selo do SC Braga. O museu ganha forma com troféus ganhos em outras modalidades que não o futebol. No atletismo, desde o corta-mato à estrada, desde 1983 que juvenis, juniores e seniores têm vindo a levantar troféus, dentro e fora de Portugal.
Na luta da Federação Portuguesa de Futebol pela profissionalização do futebol feminino nacional, na época 2016/2017 o SC Braga juntou-se à festa para competir na Liga Allianz. Na primeira temporada lutou até ao último minuto pelo campeonato nacional que acabaria por ser conquistado pelo Sporting CP. A época só viria a terminar depois das Guerreiras do Minho pisarem o Jamor para jogarem a final da Taça de Portugal. A vitória acabou por sorrir, outra vez, ao Sporting. No futebol de praia, 2017 foi um ano de glória para o futebol jogado na areia. O melhor resultado nesta prova era um terceiro lugar, conseguido em 2014 e 2016. O futsal, embora fora das instalações da academia, a parceria com a Associação Académica da Universidade do Minho premitiu agregar o futsal ao leque de modalidades do clube.
Áudio:
António Salvador enaltece todos os que serviram o clube ao longo destes 97 anos.
