SCB gasta mais de 750 mil euros por ano com o estádio

Num comunicado publicado no site do clube esta terça-feira, o Sporting de Braga abordou, de certa forma, o anúncio do autarca bracarense de um referendo local para decidir se coloca ou não o estádio municipal à venda tendo em conta os prejuízos avultados com aquela infra-estrutura. Depois dos comentários de Miguel Sousa Tavares num programa televisivo, o SCB acabou por reagir.
O SCB acusa Miguel Sousa Tavares de ter voltado “a destilar o ódio ao Sporting Clube de Braga que alimenta há anos” no horário nobre do canal de televisão mais visto em Portugal.
Os arsenalistas recordam que Miguel Sousa Tavares tem carteira profissional de jornalista, e que por isso “não é um comentador de taberna ou um analista de café”. “Mesmo em espaços de opinião deve obedecer a um código deontológico, emitindo informações sustentadas e validadas e evitando afrontas grosseira”, alertam.
Ontem Miguel Sousa Tavares afirmou que o “Braga não tem adeptos, de facto”. “O mesmo que em 2013 se afunava, em entrevista ao “Jornal de Negócios”, de ser um analista respeitador das fronteiras do comentário: “Eu sei os limites entre a ofensa e a crítica”, lembra o clube minhoto.
“Obviamente, não sabe!”, exclama o clube bracarense que escreve que “o dislate que proferiu em directo, apesar do contraditório exercido pelo pivô, é apenas a enésima demonstração daquilo que MST é enquanto comentador e formador da opinião pública: trauliteiro, arrogante, desdenhoso e, acima de tudo, néscio”.
“A eliminação selectiva de uma franja da população que, sendo-lhe ou não agradável, é manifesta e merece tanto respeito quanto qualquer massa adepta em Portugal, é uma grosseria que não pode ter lugar num espaço de informação de um canal que se quer plural e de referência, qualificando não apenas o autor de tais disparates, mas também a estação que os admite e os considera legítimos”, pode ainda ler-se na nota publicada.
Quando diz que “o Braga joga praticamente de borla, por um preço simbólico, num estádio que é todo sustentado pela Câmara”, MST repisa uma das chalaças do meio jornalístico, assassinando o código deontológico: “para quê estragar uma boa história contando a verdade?”.
Na reacção, o SCB acaba por esclarecer os gastos anuais que tem com o estádio e o investimento que tem feito na infra-estrutura construída para o Euro 2004.
“É preciso desmistificar a ideia de uma relação privilegiada que desonera a SAD de gastos no usufruto do Estádio Municipal”
“A verdade é que o SC Braga tem custos com o estádio e com a operação do estádio que superam os 750 mil euros por ano e que incluem eletricidade, água, gás, tratamento dos relvados, segurança diária e muitas outras pequenas rubricas que representam uma fatia considerável do orçamento da SAD, sem contabilizar os gastos muito relevantes com a organização dos jogos. A estas despesas correntes têm-se juntado, ao longo dos anos, custos de intervenção avultados em operações de melhoria do estádio, como a ocorrida em 2016 e que significou um investimento de 2,5 milhões de euros.
Sendo despesas que resultam da utilização do recinto, são custos que o SC Braga não reclama, mas que entende, de uma vez por todas, que devem ser do conhecimento público, desmistificando a ideia de uma relação privilegiada que desonera a SAD de gastos no usufruto do Estádio Municipal, que em momento algum continuaria a receber grandes jogos (Seleção Nacional incluída) e grandes competições (como a final four da Taça da Liga) se não fosse a utilização diária que o SC Braga faz do recinto, o cuidado que lhe dispensa decorrendo dessa utilização e as intervenções que tem feito ao longo dos anos para o conservar e melhorar.
O SC Braga e os seus adeptos merecem que haja mais e melhor informação, mas acima de tudo merecem respeito. MST desrespeitou e ofendeu a instituição, desconsiderando-se também enquanto jornalista e prestando um lamentável serviço ao canal que representa e ao público que tem o dever de servir e informar”.
