Sec. Estado das Florestas: “A Europa não pode olhar só para a Amazónia”

O Secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural diz que a Europa não pode olhar só para a situação na Amazónia e considera que é preciso reforçar o investimento público na floresta.


Miguel Freitas esteve esta manhã em Braga a propósito do 69.º Congresso da WEI-IEO, promovido pela Associação Comercial da Indústria Europeia e que discutiu as políticas florestais comuns. O Secretário de Estado foi convidado de honra e, à plateia, falou da negligência que os regimes “autocráticos mas também democráticos” conferem à floresta. “Ninguém dá valor real à floresta e é necessária uma política da floresta comum”, referiu, entre referências ao que a floresta dá e àquilo que recebe. 


Após a conferência, e em declarações à RUM, Miguel Freitas reforçou a necessidade de aumentar o investimento nas florestas e deu como exemplo a situação vivida actualmente na Amazónia. “Não basta a Europa olhar para o que se passa na Amazónia e dizer que é preciso ajudar, é preciso antes que a Europa pense em si própria e procure apoiar os produtores florestais ao nível europeu”, assinalou.


A defesa de uma política de floresta comum, sugeriu, poderá ser elaborada no desenvolvimento do próximo quadro plurianual 2021-2027. “É o momento certo para podermos discutir aquilo que é a necessidade de reforçar o investimento, ao nível das políticas públicas europeias na floresta”, referiu, acrescentando que o sector privado também pode apoiar a floresta.


Miguel Freitas entrou no executivo a meio da reforma florestal, implementada após os incêndios que devastaram Portugal em 2017. O Secretário de Estado notou que, daí para cá, o Governo melhorou as acções de prevenção apontando como exemplo o aumento de 3500 quilómetros de rede primária na defesa da floresta contra incêndios mas reconheceu que a prioridade futura tem de ser outra.


“É importante entrar num ciclo novo porque a prevenção já não é a palavra que predomina. A palavra que predomina é a transformação: esta floresta tem de mudar e precisamos, no próximo quadro comunitário, de reforçar um orçamento que seja consentâneo com o esforço nacional de transformação da floresta”, esclareceu.


Na próxima legislatura, apontou ainda Miguel Freitas, “é preciso que todos tenham a consciência de que a floresta é uma grande prioridade nacional”. “Nos próximos quatro anos é preciso que todos, a começar pelos responsáveis políticos mas também produtores florestais e industriais, possam fazer o esforço na discussão das políticas públicas”.

Pedro Magalhães
Pedro Magalhães

Deixa-nos uma mensagem

Deixa-nos uma mensagem
Prova que és humano e escreve RUM no campo acima para enviar.
Rádio RUM em Direto Logo RUM
NO AR Rádio RUM em Direto Próximo programa não definido
aaum aaumtv