Sete Fontes, um processo “unânime, mas muito atrasado”

A oposição esperava mais do trabalho da autarquia em torno do Parque Eco-monumental das Sete Fontes. Em 2018, cinco anos depois de chegar ao poder, a coligação Juntos por Braga apresenta o ponto de situação, naquela que é desde 2013 uma das principais bandeiras de campanha de Ricardo Rio. Há um ano, a estratégia executória foi colocada nas mãos do urbanista Jorge Carvalho, hoje foi submetida e aprovada em sede de reunião de câmara, apesar de vários reparos por parte da oposição.
“Um processo unânime, mas muito atrasado”, na opinião do vereador da CDU, Carlos Almeida. “Uma forma de dizer que as coisas estão a evoluir, sem que alguma coisa tenha sido feita”, defendem os socialistas.
Já o autarca Ricardo Rio sublinha que “o município tem hoje dados mais concretos do caminho a seguir e das metodologias a adoptar para concretizar o projecto, quer do ponto de vista urbanístico, paisagístico e da interacção com os vários interlocutores”.
Recorde-se que a negociação com os proprietários é um dos pontos mais frágeis do processo e há já o registo de várias acções intentadas em tribunal por parte de alguns proprietários cujas expectativas levavam para a construção de edificado e não para uma área verde protegida.
Ricardo Rio assegura que nos últimos anos “já muito foi feito para permitir a concretização do Parque Eco-monumental”. O autarca afirma que agora existe uma estratégia concreta que será concluída com a revisão do PDM, o plano de urbanização proposto e a interacção dos proprietários através das condições determinadas neste estudo. Assim, o município conseguirá “paulatinamente, dar passos mais significativos”, diz. Rio lembra ainda que “a autarquia tem dois caminhos” com os proprietários: a negociação amigável para aquisição dos terrenos, e a via da expropriação. Por isso, o problema estará no custo e não tanto na concretização temporal”, defende.
“As negociações começaram tarde”, aponta o vereador da CDU
Carlos Almeida, vereador da CDU votou favoravelmente. Carlos Almeida reconhece que “há a concretização de um caminho” e que o trabalho da equipa de urbanistas “foi feito”. As reservas no processo estão agora relacionadas com os prazos temporais da autarquia para as negociações com os proprietários. A equipa do urbanista colocou o valor do metro quadrado nos 10 euros. Sem acordo com os proprietários seguir-se-á o processo de expropriação. Os prazos de execução do plano são uma incógnita que não tranquilizam o vereador comunista. Carlos Almeida teme “mais uma derrapagem”, apesar de reconhecer que este processo tendo em vista o parque é “unânime, mas muito atrasado”. “Falta ultrapassar a parte mais difícil que é a aquisição dos terrenos. Nessa medida, o processo não devia ter esperado tanto, está atrasado. As negociações começaram tarde, há muitas dúvidas e isto chegou a um ponto em que dificilmente se encontrará um equilíbrio na negociação com os proprietários, o caminho mais favorável”, reiterou.
PS acusa executivo de Ricardo Rio de criar expectativas desde 2013
Do lado do PS, Artur Feio acusa o executivo de Ricardo Rio de estar desde 2013 a criar expectativas aos bracarenses e não quer falar sobre os processos passados em que Mesquita Machado era presidente do município. Aliás, no decorrer da reunião, a vereadora Liliana Pereira dirigiu-se a Miguel Bandeira, vereador do Urbanismo, para referir que “não faz sentido olhar para trás”. Já o responsável pelo pelouro do urbanismo reiterou a vontade em dialogar com os proprietários, “que tinham outras expectativas”, e reconheceu uma “maior articulação entre as três freguesias (S. Victor, Gualtar e Adaúfe)”.
Áudio:
Carlos Almeida (CDU), Artur Feio (PS), Ricardo Rio (Pres. CMB)
