Sindicato denuncia despedimentos na Concentrix

Em Braga as empresas Adecco e Ranstad despediram vários trabalhadores via telefone depois de mais um dia de trabalho. A denúncia partiu do Sindicato de Trabalhadores de Call-Center que se queixam desta prática recorrente. O sindicato não indicou ao certo o número de trabalhadores recentemente despedidos, referindo apenas que num dos pisos sete funcionários foram informados desta decisão via telefone.
Em Braga, as duas empresas de trabalho temporário ao serviço da Concentrix que funcionam no edifício da estação (Adecco e Randstad) contam com cerca de 500 trabalhadores, e os despedimentos são recorrentes, segundo o sindicato.
A sindicalista Angela Lima, que é também trabalhadora da Concentrix, explicou à RUM que “é normal na empresa fazerem renovações de pessoas”, referindo que a fase de despedimentos acontece “normalmente após o Natal”. Apesar de reconhecer que alguns dos despedimentos são justos, avisa que “no meio dispensam pessoas que não lhes convém ter porque são mais agitadores e não aceitam todas as pressões que a empresa impõe a toda a hora”.
De acordo com a sindicalista, o último método de despedimento na Concentrix aconteceu “via telefone, à entrada do prédio, quando as pessoas tinham feito um turno de doze horas e meia, porque havia um grande pedido de horas extra”. Ainda assim, tendo em conta que o fluxo previsto de chamadas não se confirmou “dispensaram as pessoas”, atirou.
Angela Lima alerta ainda que muitos dos despedimentos acontecem porque a empresa alega ‘caducidade’. “O que não se aplica porque não tem havido propriamente uma diminuição da necessidade de pessoas, já estão novas formações a haver e vai entrar mais gente para a época de Natal”, defendeu a sindicalista.
Os trabalhadores da Concentrix e os funcionários de call-center em geral queixam-se do facto de serem precisos cerca de seis anos até que o posto de trabalho se torne efectivo e reivindicam a regulação do sector. “Deveria diminuir o tempo para se tornar efectivo. Passado três anos é mais do que tempo suficiente para se perceber se aquele posto é necessário ou não”, explicou. O sindicato reivindica ainda “postos fixos porque há uma necessidade concreta da empresa de ter determinado número de trabalhadores”, defendeu também Angela Lima.
A empresa ainda não reagiu à denúncia do Sindicato dos Trabalhadores de Call-Center.
