STCC leva petição a AR para regulamentação dos Call-Center

“O Trabalho em Call-Center é uma Profissão de Desgaste Rápido”. Este é o nome da petição pública do Sindicato dos Trabalhadores de Call-Center (STCC), que vai ser debatida esta quinta-feira, 24 de Janeiro, na Assembleia da República. O documento foi entregue, em Outubro de 2016, com mais de 5.500 assinaturas.

Em declarações à RUM, o presidente do STCC, Danilo Moreira, defendeu que é fulcral regulamentar a profissão e reconhecer a mesma como uma “profissão de desgaste”. Outra das reivindicações passa pelo aumento do tempo de pausa. “Por cada hora de trabalho o funcionário teria 10 minutos de intervalo”. Neste momento, o que é praticado são “10 minutos de pausa por quatro horas de trabalho”, refere.

Para o sindicalista era essencial apostar na “formação dos profissionais”, de modo a contribuir para a dignificação da carreira. Danilo Moreira deixou duras críticas ao Governo, defendendo que tem sido “benevolente com a precariedade”. “Além de não legislar, recorre à utilização dos serviços”, atira. lO que se pretende com esta reunião é chegar a um “mínimo de regulamentação”, uma vez que os trabalhadores de Call-Center têm sido “totalmente negligenciados”. 

“A maioria dos trabalhadores tem contrato temporário. Há quem esteja há 25 anos na mesma empresa com estas condições”, denuncia. 

O presidente garante que, muitas das vezes, estes profissionais chegam a atender “200 chamadas por dia”, o que se traduz no desenvolvimento de problemas de saúde. “Têm um ritmo de trabalho desgastante o que provoca problemas psicológicos, e, consequentemente, baixas médicas e o abandono da profissão. Outros desenvolvem problemas auditivos e visuais. Para além, de infecções urinárias por falta de pausas”, esclarece.

Esta quinta-feira, mais de quinze representantes do Sindicato dos Trabalhadores de Call-Center vão deslocar-se à Assembleia da República.