Sustentabilidade dos SASUM deve “ser exemplo para outras universidades”

Manter a aposta na eficiência de recursos, alargar o projecto da poupança de água, através de torneiras e chuveiros com temporizadores, a outros espaços da universidade, dotar as residências e pavilhões desportivos com paineis solares e combater o desperdício de papel, através de senhas digitais, são algumas das medidas que os Serviços de Acção Social da Universidade do Minho (SASUM) querem ver concretizadas em 2019. Pioneiros na apresentação de um relatório de sustentabilidade, com 17 programas referentes a 2018, os SASUM traçam o caminho para uma academia, um mundo e um futuro melhor.
Os resultados não ficam por aqui. Em 2018, os SASUM instalaram “100 mini-ecopontos em todas as instalações, encaminharam 15 toneladas de resíduos com comida para animais, valorizaram uma tonelada de borras de café, que foram encaminhas para quintas para produção de cogumelos e compostagem, 7800 refeições foram entregues a Instituições Particulares de Solidariedade Social e 5600 bolsas de estudos foram destinadas a estudantes”. Na apresentação do relatório, esta sexta-feira, no restaurante Panorâmico,Diogo Arezes, coordenador do Gabinete de Sustentabilidade,evidenciou ainda os “3,84 milhões de kWh de energia consumida, sendo que 45,5% foi de energia renovável e o Fundo Social de Emrgência teve uma dotação de 122 mil euros”.
Assente em quatro pilares, inovar, liderar, envolver e legar, este relatório é para o administrador dos SASUM, António Paisana, “um objectivo muito conseguido e que muito honra”.
“Consumimos cerca de 60 mil metros cubicos de agua e há poupanças importantes a fazer”, frisou o administrador.
Ao nível alimentar, foram servidas 685 mil refeições e nos bares foi registado mais de um milhão de atendimentos. E além da redução do papel, os SASUM incentivaram também à eliminação do plástico.
Já o reitor Rui Vieira de Castro considera que “mostrar o que está a ser feito de positivo tem uma dimensão pedagógica importante”. “Os resultados dão conta que há caminhos e medidas que permitem que a nossa pegada não seja tão agressiva. A minha expectativa é sempre de que estas inciativas e práticas resultem como relevantes para todos de que este é um caminho que tem que ser prosseguido”, afirmou o reitor.
Para um futuro sustentável “não basta fazer bem, é necessário fazer rapidamente”
“Ambiente, Economia e Sociedade: Caminhos para UM futuro sustentável” foi o mote para um conversa que juntou Jorge Moreira da Silva, director da cooperação para o desenvolvimento da OCDE, Manuel Carvalho da Silva, coordenador do Laboratório Colaborativo para o Trabalho, Emprego e Protecção Social e Graça Coelho, directora geral da Cachapuz Bilanciai Group.
E para um futuro sustentável, o tempo está contado. Jorge Moreira da Silva, foi ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia de Portugal em 2013, e defende que “não basta fazer bem, é necessário fazer rapidamente”.
“Este relatório dos SASUM dá um contributo importante, porque demonstra que é possivel também a academia e os serviços de acção social fazerem a sua parte e eu espero que outras universidades, à escala nacional, possam seguir este exemplo de fixar metas, mobilizar os trabalhadores, alunos e academia e reportar os resultados de uma forma transparente e alargada”, reiterou.
O antigo ministro do ambiente considera que “cabe às universidades investigar e produzir”. “O desenvolvimento sustentável e a agenda 2030 colocam na academia uma grande responsabilidade e uma oportunidade: pensar novos modeos de desenvolvimento, que vão além do curto prazo”, sugeriu.
O caminho, diz o agora director da cooperação para o desenvolvimento da OCDE, “é passar à acção”, porque já temos “o conhecimento necessário, a base científica para os problemas ambientais e a informação sobre o benefício económico de agir, por isso este é um momento de responsabilidade e liderança, em nome das próximas gerações”, finalizou.
