Telmo Correia: “Há pessoas que ficam descontentes quando não estão nos lugares”

O CDS-PP apresentou esta manhã, no Tribunal de Braga, a lista de candidatos pelo círculo do distrito às eleições legislativas. A lista é encabeçada por Telmo Correia, elemento que não colhe a unanimidade política de alguns dos membros da concelhia de Braga. O actual presidente da concelhia, Altino Bessa, e o líder da Juventude Popular (JP), Francisco Mota, já manifestaram, por diversas vezes, que o representante por Braga deve ser natural do distrito, condição que Telmo Correia não reúne, visto ter nascido em Lisboa.
Telmo Correia reagiu às acusações, referindo que o CDS “é um partido democrático”. “Nunca teremos unanimidade a 100%, há liberdade de expressão e vejo com normalidade que haja uma pessoa ou outra que possa discordar”, apontou, aproveitando a deixa para atirar algumas farpas a elementos do partido: “em política não conseguimos pôr as pessoas todas nos lugares todos e há sempre pessoas que, quando não estão nos lugares, ficam descontentes e ressentidas”. O deputado referiu que “o importante é ter a confiança política da distrital e da direcção nacional no CDS”.
Correia assinalou que os centristas esperam manter dois deputados eleitos por Braga, salvaguardando que o partido vai tentar “lutar por mais”. O antigo ministro do Turismo referiu que as prioridades do partido pelo distrito vão ao encontro das prioridades nacionais e apontou a defesa por melhores condições nas áreas da justiça, educação, saúde ou transportes.
Na qualidade de presidente da distrital do CDS Nuno Melo acompanhou Telmo Correia na apresentação da lista. O eurodeputado começou por elogiar o distrito, referindo que Braga “é um dos distritos que mais contribui fiscalmente” no país, acrescentando que o “quadrilátero urbano é fortemente industralizado e exportador”.
Depois dos elogios, passou para o ataque ao Governo, e usou a medida dos passes sociais como arma de arremesso. “Apesar de termos alguns dos concelhos mais exportadores, Braga é um distrito que não tem o retorno devido do poder central: o PS lançou a medida dos passes sociais para Lisboa e Porto e para as pessoas daqui a despesa é acrescida”, atirou. Melo referiu também o Hospital de Braga, ao falar do prejuízo que a passagem do mesmo para a esfera pública terá para o Estado, acrescentando que a posição do Governo ao terminar com a parceria público-privada anteriormente vigente na unidade de saúde foi “puramente ideológica”.
Nuno Melo deixou ainda críticas aos elementos do próprio distrito que discordam da escolha de Telmo Correia como cabeça-de-lista por Braga, lembrando que, desde 1975, o CDS só por uma vez elegeu um deputado por Braga natural pelo distrito: o próprio Nuno Melo.
*PMM e LO
