“Temos aprendido bastante com a Startup Braga”

Cinco anos depois de se terem aberto as portas da Startup Braga contam-se 67 startups aceleradas, 135 startups na comunidade, 390 empreendedores, 600 empregos, 60 mentores e 40,2 milhões de euros de investimento.

Esta quinta-feira, 10 novas startups mostraram o que valem no Demo Day.

No encerramento do 6.º Programa de Aceleração os empreendedores foram desafiados a apresentar os progressos conquistados ao longo dos últimos meses, no trabalho conjunto com a Startup Brraga.

“É um evento em que celebramos a comunidade da Startup Braga. Vamos reunir mentores, especialistas, grandes empresas e parceiros, onde se juntam várias sensibilidades, perspectivas e experiências nacionais e internacionais”, começou por dizer Alexandre Mendes, director executivo da Startup Braga.

Ao longo dos anos, denota o director, a maturidade dos empreendedores foi mudando. “Temos equipas bastante profissionais. No início trabalhávamos com miúdos saídos da universidade, que não tinham experiência profissional. Hoje em dia, os perfis são mais maduros, já conhecem o sector, já têm conhecimento específico sobre uma determinada indústria e vêm cá arrancar as suas startups”, apontou.

Biofabics “poderá servir para fazer medicina personalizada” e Utter coach já conta com 1700 utilizadores

Numa rápida conversa com alguns dos empreendedores facilmente se percebe que as ideias são e muito distintas, mas o objectivo é praticamente unânime: conseguir financiamento.

Biofabics é uma empresa de investigação e desenvolvimento que fornece soluções de nova geração para o estudo e substituição de tecidos e órgãos humanos.

“Queremos agora terminar o desenvolvimento dos nossos primeiros produtos e serviços e em breve partir para o mercado”, começou por dizer o empreendedor. Os potenciais clientes “podem ir desde investigadores individuais a grandes instituições que fazem análises automatizadas de amostras”. “Um dia poderá servir para farmacêuticas fazerem descoberta de novos fármacos ou para fazer medicina personalizada, ou seja, encontrar um tratamento óptimo para uma única pessoa”, adiantou.

Os workshops promovidos pela Startup Braga têm sido “bastante úteis” principalmente para “evitar erros”. “Temos aprendido bastante com a Startup Braga”, sublinhou.

Já o Demo Day, garante, “é uma maneira de promover o trabalho e de conhecer novas pessoas, potencialmente investidores ou colaboradores”. 

Nuno Mendes é autor da ideia por trás da Utter Coach, uma plataforma para treinadores que lhes permite planear e acompanhar em tempo real, o desempenho de cada sessão de treino dos seus atletas, dados estatísticos e métricas específicas para cada modalidade.

Validar a evolução desse atleta na prática desportiva e prepará-lo para as provas.

A Startup Braga, garante, “ajudou a simplificar as ideias, a ser mais objectivo, a traçar melhor os planos a curto/ médio prazo, e, entre muitas outras coisas, a redefinir o nome do projecto”. “Ajuda-nos a validar do ponto de vista empresarial e de investimento”, acrescentou.

“O Demo Day é quase a validação de meses de trabalho que tivemos aqui e permite-nos perceber se estamos a comunicar da forma mais eficiente e se conseguimos atrair as atenções”, acrescentou. Em pouco tempo, a Utter Coach já conta com 1700 utilizadores, entre eles seleções nacionais de Portugal, Dinamarca, Eslovénia e Colômbia”.

Empreendedores enaltecem rede de contactos que fazem na Startup Braga

Rita Maçorano, da Nevaro, veio de Lisboa para a Startup Braga, onde diz ter feito muitos contactos. Responsável pela plataforma inovadora de saúde digital que combina gamificação e neuro/biofeedback, para tratamento da ansiedade e controlo do stress, Rita evidencia “a rede de mentores muito vasta” com quem puderam contactar. “A nossa networking aumentou imenso”, comentou a empreendedora que, por agora, procura investimento.

Keyruptive é a startup de Francisco Maia. Uma aplicação móvel que permite armazenar e gerir de forma fácil e segura moedas digitais. Com esta tecnologia disruptiva os utilizadores podem gerir os seus fundos em qualquer hora, lugar e dispositivo, mas apenas se conseguirem provar ser o seu legítimo proprietário.

Para Francisco Maia, a Startup Braga “tem duas coisas muito importante: ajuda a marcar alguns objectivos concretos e o ecossistema de trabalho e de contactos que tem”.

Um dos grandes passos está dado. A Keyruptive já conseguiu um investidor que quer liderar a ronda de investimentos, mas precisa, “até ao verão”, de “conseguir fechar com outros para chegar a um valor que permita por a aplicação no mercado”.