Testes com piloto da Fórmula E dão impulso na condução autónoma

Inês Rito Lima, mestre em Engenharia Biomédica na Universidade do Minho e investigadora na área de Software e Sistemas de Informação do DTX- Laboratório Colaborativo em Transformação Digital, deu um passo fulcral no futuro da condução totalmente autónoma com o projecto “Neural Motor Behaviour in Extreme Driving”. A convidada, desta quinta-feira, do programa UM I&D foi distinguida com 25 mil euros nos prémios Altice Internacional Innovation Awards (AIIA) na categoria “Academia”.

Em parceria com o Imperial College de Londres a investigadora dedicou-se a mapear os comportamentos neurocognitivos e neuromotores de um piloto profissional de Fórmula E, Lucas Di Grassi, em condições extremas de condução. Algo pioneiro até ao momento nesta área.

Inês Lima monitorizou os “sinais cerebrais do piloto” através de electroencefalogramas, sistemas de monitorização do olhar e acelerómetros e giroscópios. Desta forma conseguiu recolher todos os dados sobre a relação entre o que acontece no corpo e cérebro do condutor durante a experiência”. Recorde-se que o condutor foi posto à prova em cenários de alta velocidade, perda de controlo do veículo e curvas de dificuldade acrescida. 

Segundo a literatura a maioria dos estudos realizados até ao momento são focados em aspectos como sonolência e fadiga. Ora, a investigadora da UMinho teve como foco a resposta do piloto em situações inesperadas. O intuito do projecto passa por transpor essa performance para os carros totalmente autónomos em que o piloto pode estar, por exemplo, a dormir enquanto o carro segue o seu percurso do ponto A ao B. Algo que no presente ainda não existe nas estradas.

De modo a tornar estes dados 100% fiáveis Inês Lima defende a continuação de testes com pilotos profissionais, ou seja, “capturar várias vezes as respostas dos condutores e treinar algoritmos com base nessas respostas”. Posteriormente o trabalho passaria por “medir as respostas, combinar tudo e treinar um algoritmo de machine learning com todas as combinações optimizadas para cenários inesperados de condução”. 

Neste momento a estudante de mestrado da UMinho está a terminal uma publicação que será lançada num futuro próximo sobre o potencial do “Neural Motor Behaviour in Extreme Driving”. Actualmente existe a posibilidade de concretizar parcerias para desenvolver ainda mais a ideia. Inês Lima garante que o facto de ter arrecadado o galardão dos AIIA “abriu novas portas que podem, possivelmente no futuro resultar num carro”. 

Vanessa Batista
Vanessa Batista

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