Trabalhadores da Coelima receiam deslocalização da empresa

A fábrica Coelima pode ser deslocalizada. Os trabalhadores da empresa sediada em Guimarães estiveram reunidos com a administração da empresa têxtil, que é detida pelo grupo MoreTextileGroup (que detém mais 4 empresas), e, segundo informações do PCP, foi-lhes dito que a Coelima poderá sofrer uma reestruturação.

“Foi avançada a ideia de que estaria a ser feito um estudo sobre uma reestruturação da empresa e isto criou apreensão e ansiedade nos trabalhadores, que sabem bem o que signficam as expressões reestruturação e remodelação”, explica a deputada comunista Carla Cruz.

Carla Cruz afasta a hipótese de encerramento mas garante que a possível reinstalação “fez soar os alarmes” junto dos trabalhadores e lembra que “já houve, em 2013, a deslocalização de sectores produtivos da Coelima para outras empresas do grupo”.

Atendendo à situação, o PCP quer respostas do Governo. Os comunistas alegam que o grupo MoreTextile já recebeu fundos públicos no passado e quer agora saber a quantia do dinheiro entregue pelo Estado, directa ou indirectamente, ao grupo empresarial. Para isso, o PCP fez chegar ao ministro-adjunto e da Economia três questões relacionadas com o assunto. Carla Cruz adianta que o ministro “deve ser detentor de informações sobre os apoios injectados no grupo e ainda sobre o estudo que a empresa diz estar a fazer”.

Alegado incumprimento do Contrato Colectivo de Trabalho

Além da possível reestruturação da empresa, os trabalhadores dizem estar a receber os salários em atraso. Em causa não está a ausência de vencimentos mas sim o dia em que o pagamento é efectuado. Os funcionários reclamam o pagamento dos salários até ao segundo dia de cada dia útil do mês, conforme estipulado pelo Contrato Colectivo de Trabalho. 

O PCP também se associou a esta questão e endereçou, desta feita ao Ministro do Trabalho, três perguntas para perceber que “medidas vão ser tomadas pelo Governo para garantir os direitos dos trabalhadores, designadamente, ao cumprimento do estatuído no Contrato Coletivo de Trabalho”.

A RUM tentou contactar a administração do grupo MoreTextile Group mais do que uma vez mas não obteve resposta.