Trabalhadores da Jado Ibéria na rua contra encerramento

Os trabalhadores da Jado Ibéria saíram à rua esta sexta-feira. Ao início da tarde, dezenas de funcionários (são 74) abandonaram o posto de trabalho para se manifestarem na rua, debaixo de chuva e frio. A empresa avisou esta semana que fechará as portas em 16 Fevereiro de 2019 em Portugal, mas as justificações da administração, de falta de mercado, não convencem quem ali trabalha.
“Fomos todos apanhados de surpresa. Não se justifica este encerramento. Havia trabalho, a empresa tinha comprado máquinas novas e estava a contratar trabalhadores”, começa por dizer Carlos Cruz, funcionário e dirigente sindical.
A comissão de trabalhadores e a administração estava reunida ao início da tarde em vídeoconferência e até uma nova actualização, estes trabalhadores prometeram não arredar pé.
“Estamos a defender os postos de trabalho, isto não se justifica”, diz Carlos Cruz que acredita que a empresa quer apenas “deslocalizar o trabalho de Portugal para outras empresas do grupo”. O representante dos trabalhadores critica ainda o Estado “porque permite que as multinacionais venham para Portugal, usufruam de benefícios fiscais e explorem os trabalhadores”, “levantando depois arraiais e deixando os trabalhadores em desespero”, atirou, em declarações à imprensa local.
A empresa já anunciou que vai indemnizar os trabalhadores, recebendo um mês por cada ano até 2012, mas aqui está uma nova crítica ao Estado. “O governo tinha todas as condições para alterar essa norma”, alerta. “Têm que começar a olhar mais para o país e para os trabalhadores”.
“Desanimados” com a situação, asseguram que deverão seguir-se outras lutas. “Vamos ao ministério do Trabalho e da Economia” levar este “caso sério”, rematou.
Áudio:
Carlos Cruz, trabalhador e representante sindical
