UMinho desenvolve estudo sobre cuidadores informais

Durante três meses, uma equipa de investigadores da Universidade do Minho (UMinho) analisou casos reais de cuidadores informais. Ou seja, pessoas responsáveis por um doente depois de um AVC – Acidente Cerebral Vascular. A incidência destes casos tem vindo a diminuir em pessoas adultas, sendo que os idosos são dos que mais sofrem desta patologia, acabando por se tornar dependentes.
À RUM, Odete Araújo, da ESE UMinho, afirmou que foi possível constatar que muitas destas pessoas nunca tinham tratado de outra pessoa, logo não tinham qualquer formação para realizar cuidados de higiene, assistência alimentar e reabilitação. “O perfil destes cuidadores passa por familiares mais próximos como cônjuge ou filhos, maioritariamente mulheres entre os 52 e os 56 anos que apresentam problemas a nível financeiro”, informa a investigadora.
Devido à necessidade de cuidados de reabilitação, os doentes podem integrar a Rede Nacional de Cuidados Continuados que possui várias tipologias: curta duração, que pode durar 30 dias, média, até 90 dias (três meses), e longa duração, mais de três meses. Para além deste acompanhamento podem ainda ser acompanhados por equipas de enfermeiros que realizam visitas ao domicílio, se necessário mais que uma vez ao dia. No entanto, muitos destes procedimentos não são gratuitos o que dificulta o acesso de algumas famílias.
Apesar da curta duração do estudo (desenvolvido ao longo de três meses), Odete Araújo garante que é possível entender que estes cuidadores que não possuem ajudas, chamado “grupo de controlo”, acabam por desenvolver uma maior sobrecarga e, por isso, a sua saúde também é afectada.
Os resultados detalhados deste estudo realizado na UMinho sobre a eficácia do programa Incare, na sobrecarga dos cuidadores informais de pessoas idosas após um AVC – Acidente Vascular Cerebral, vai ser publicado nos próximos no Journal Advanced Nursing.
Áudio:
Odete Araújo, do ESE UMinho, fala sobre o AVC e os desafios dos cuidadores informais
