UMinho estuda impacto dos riscos naturais nos transportes
Um grupo de investigação da Universidade do Minho está a estudar o impacto dos desastres naturais na degradação das infraestruturas de transporte de Portugal e da Irlanda. O projecto, intitulado Atlantic SIRMA e que colabora com universidades de Espanha, França, Reino Unido e Irlanda, começou em Abril deste ano e é liderado pelo professor José Campos e Matos, do departamento de Engenharia Civil da Escola de Engenharia da UMinho.
“É um projecto financiado pelo Interreg – com um custo de 2 milhões de euros – e enquadra-se na região Atlântica: tem como preocupação trabalhar os riscos de origem natural e os seus efeitos nas infraestruturas de transporte”.
O projecto, apesar de ter começado há relativamente pouco tempo, já logrou algumas conclusões, desde logo uma avaliação sobre “o tipo de materiais associados a temperaturas elevadas”, e a identificação de “tempestades, cheias ou a desertificação que têm avassalado o atlântico”. Riscos “com cada vez maior impacto” que resultam, diz o investigador, na degradação imediata “em algumas infraestruturas de transporte”. O docente deu o exemplo da ferrovia na Irlanda, “que tem sido afectada, com bastante frequência, por cheias, o que tem provocado infraescavações em algumas pontes”.
Em Portugal, o docente revela que o projecto já identificou, nas infraestruturas, “que o aumento da temperatura vai obrigar à substituição rápida de alguns materiais”. “Vai obrigar a custos directos, pela própria substituição dos materiais, e indirectos, pela manutenção, que faz com que a linha ferroviária esteja indisponível”, nota.
Ainda que numa fase prematura, José Campos e Matos assinala que o grupo de investigação já encontrou soluções para alguns dos problemas acima identificados. “Do ponto de vista dos efeitos a médio longo-prazo, estamos a estudar alguns materiais de manutenção que permitam melhorar as infraestruturas; já do ponto de vista imediato, se ocorrerem tempestades tropicais ou cheias, estamos a desenvolver aplicações para smartphones de aviso rápido para que as pessoas consigam traçar o caminho mais célere para retornaram aos seus locais”.
