UMinho premiada em 160 mil euros com projecto para Moçambique

O projecto da Universidade do Minho para a reabilitação da Estação Central da Beira, em Moçambique, foi premiado pela Fundação Getty, em Los Angeles, EUA. 160 mil euros foi o valor adquirido pela equipa da academia minhota liderada pelo professor do Instituto de Sustentabilidade e Inovação em Engenharia de Estruturas, Paulo Lourenço.
A intervenção no imóvel com 53 anos é considerada “urgente” e já estava a ser preparada antes da passagem do furacão Idai que veio deteriorar ainda mais o estado da estrutura. No final de Agosto, a comitiva da UMinho vai viajar até Moçambique para perceber, no terreno, quais as necessidades mais prementes do edifício.
Elisiário Miranda, membro da equipa da instituição de ensino superior minhota explicou à RUM que o edifício do século XX apresenta “fissuras no revestimento de mosaico, sistemas enferrujados, sistemas de electricidade deteriorados para além de vários espaços demonstrarem estar abandonados”. O professor do Laboratório de Paisagens, Património e Território (Lab2PT) frisa também que o edifício “ainda contém placas de fibrocimento”.
Os trabalhos arrancam já no mês de Outubro e as intervenções vão perdurar por cerca de dois anos. Este é um dos dez edifícios marcantes do século XX a nível mundial que são agora apoiados pela Getty, num total de 1,4 milhões de euros e no âmbito da sua iniciativa “Keeping It Modern”, que em cinco anos já contribuiu para planear e investigar a conservação de 64 edifícios modernistas em todo o Mundo.
Este trabalho pretende ser partilhado com a África lusófona, elevando o nível e as práticas de conservação do património arquitectónico moderno, bem como o conhecimento das ferramentas de última geração neste âmbito. O objectivo passa por propor um plano de conservação assim como usos alternativos para o espaço. No final, o dossier ajudará os decisores a melhorar as utilizações actuais e aliar novas funcionalidades.
