UMinho. Qual o peso do historial na reputação das pessoas?

Três investigadores das Universidades do Minho e de Lisboa, publicaram esta semana na revista científica “Nature”, um estudo sobre julgamentos morais, cooperação e o peso do historial na reputação das pessoas.

O grupo desenvolveu um novo modelo teórico inspirado na teoria dos jogos, que através de uma simulação conseguiram perceber a evolução de uma sociedade artificial simples, onde os indivíduos decidem se devem cooperar ou não com outros. Os investigadores avaliaram múltiplos degraus de cooperação, associando 256 estratégias com mais de 65 mil normas sociais.

Na concretização do estudo estiveram envolvidos o matemático Jorge Pacheco, do Centro de Biologia Molecular e Ambiental (CBMA) da UMinho, e o informático Francisco Santos e Fernando Santos, do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Investigação e Desenvolvimento (INESC-ID) e do Instituto Superior Técnico.

Fernando Santos explica que este estudo multidisciplinar se baseia em sistemas de reciprocidade indirecta, que olhavam apenas para a reputação recente. A novidade é precisamente a análise de factos passados que podem intervir na reputação do presente. Logo, “quem cooperar com os ‘bons’ e não cooperar com os ‘maus’ deve ter boa reputação, e quem fizer o contrário deverá ter má reputação”, explica o investigador.

Para além disso, as normas sociais mais simples e cooperativas encontradas neste estudo foram também identificadas em recentes trabalhos de investigação de psicologia infantil com bebés de poucos meses de vida que “preferem quem ajuda os outros e quem recusa ajudar quem não coopera”, afirma Fernando Santos. 

Os resultados deste estudo vão permitir formular políticas e desenhar sistemas reputacionais que promovam sociedades cooperativas, seja em plataformas web ou em sociedades humanas futuras.