“Urgente” profissionalizar e modernizar o sector social

O terceiro sector está hoje em debate pelo FORUM Braga. Ao longo desta terça-feira, dezenas de entidades e representantes de diversos pontos do país discutem as formas de dinamizar e revitalizar o sector.

O primeiro painel do Open Talk discutiu a sustentabilidade do sector e a necessidade de modernização e profissionalização do sector social foi uma das principais mensagens passadas pelos oradores presentes. Maria Manuela Miguel, da organização do evento, disse à RUM que é “urgente” diversificar o modelo de financiamento da área social. “O desafio é criar novos modelos de sustentabilidade”, disse.

Para Maria Manuela Miguel o sector social “não pode estar apenas subsidiado pelo Estado, pelos patrocinadores ou através do Mecenato”. “É necessário profissionalizar a gestão do sector social e diversificar a forma de captação de fundos”, acrescentou.

Nuno Reis, presidente da Associação Académica da Universidade do Minho (AAUM), foi um dos oradores convidados e disse que as novas tecnologias também podem desempenhar um papel importante para a sustentabilidade deste sector. “Numa indústria 4.0 é necessário uma sociedade 5.0 para que esteja sempre um passo à frente das suas necessidades”, afirmou.

Sector precário e pouco atractivo para os mais novos

Nuno Reis aproveitou a ocasião para lembrar a precariedade do sector e falou da “falta da promoção activa do voluntário”. “É preciso aliciar os jovens para o voluntariado, por exemplo, através da creditação dessas experiências”. Para o presidente da AAUM, “aquilo que os mais jovens aprendem num curso de Economia e Gestão é, em grande parte, vocacionado para o trabalho no sector empresarial e não para o sector social, que continua a ser bastante precário”.

Maria Manuela Miguel concorda que é “cada vez mais difícil” captar os jovens para o sector e que “a precariedade da área social é um dos grandes problemas da actualidade”. “As instituições já perceberam que é difícil dar resposta este problema porque vivem com poucos recursos”. Assim sendo, a área social precisa de “encontrar novas formas de captação de recursos” que permitam a sustentabilidade deste sector.