Vendedores ambulantes do mercado municipal protestam à porta da CMB

Cerca de 60 vendedores ambulantes do Mercado Municipal de Braga manifestaram-se esta manhã à porta da Câmara Municipal de Braga (CMB), alegando falta de condições para trabalhar.
As obras que decorrem no local obrigaram os vendedores ambulantes a mudarem as suas bancas para um terreno privado perto da unidade hoteleira instalada naquela zona. Segundo um dos feirantes, a autarquia havia prometido que voltariam ao local onde sempre estiveram, na Praça do Comércio. Hoje, alegadamente, Ricardo Rio ter-lhes-á dito que a obra se iria prolongar por mais um ano.
Nas condições actuais o espaço permite a instalação de 66 bancas, mas há 108 feirantes. Segundo os vendedores, é impossível colocar as carrinhas perto das bancas, o que “afecta directamente o negócio”, reclamam.
Uma das propostas dos vendedores seria fechar ‘a rua da antiga GNR’ para a dispersão dos feirantes, mas, segundo contou à RUM um dos feirantes, a autarquia diz nao ser possível. Quem não alinhou nesta solução foram os moradores que reclamaram por verem as suas portas interditas. Ao que parece os vendedores também não viram luz verde por parte da autarquia que garante “não pode cortar o trânsito”. “Ainda ontem cortou o trânsito em frente à Câmara por causa de um festival”, manifestou Sérgio Serrano, um dos vendedores desagradados.
Os vendedores reclamam condições idênticas “às da fruta e do talho”. “Gastaram 500 mil euros para eles, não podem ao menos, um dia da semana, cortar o trânsito para a gente trabalhar aqui junto ao mercado? Saindo da beira das verduras e do talho a gente tambem não vende”, afirmou Sérgio Serrano.
“Querem-nos dar um metro e vinte. Querem que a gente venda tremoços?”, atirou João Ribeiro, um dos vendedores que acusa Ricardo Rio de faltar a palavra.”Estão a brincar connosco. Estamos sempre a ser prejudicados. Querem-nos mandar para perto dos bombeiros, sem carros”, acrescentou.
Propostas apresentadas por feirantes vão ser “equacionadas”, assegura presidente da autarquia
Os manifestantes foram recebidos por Ricardo Rio nos Paços do Concelho, que garantiu à RUM que o espaço onde estiveram “não é solução para a sua continuidade”, desde logo porque é privado.
“Foi sempre admitido que os feirantes voltariam para a envolvente do mercado, mas não necessariamente nos mesmos moldes em que estavam anteriormente. Também não faz sentido que num equipamento renovado não haja uma projecção e uma facilidade de entrada como desejamos que aconteceça. Queremos conciliar todos os interesses, desde o que é a perspectiva estratégica da Câmara para a envolvente do mercado até à defesa da actividade económica destes cidadãos”, detalhou.
O autarca esclareceu ainda que “não houve um atraso da obra, mas um atraso jurídico, por força da tramitação processual que teve interposição de acções judiciais contra a adjudicação inicial e isso é que justificou o atraso”, recordou. Rio garante ainda que as propostas apresentadas hoje pelos feirantes vão ser “equacionadas” para ver se “são viáveis ou não”. “Se forem, acautelaremos se não teremos que encontrar alternativas. Ficamos de as apresentar nos próximos dias”, acrescentou.
Nada está definido por enquanto, uma vez que, segundo o presidente, “são questões que vão ser aprofundadas do ponto de vista técnico”. “Para lá do ordenamento do espaço urbano há questões de salvaguarda do ponto de vista da protecção civil, que impedem algumas das soluções que foram preconizadas. Temos que acautelar o equilíbrio entre cada uma dessas possibilidades e chegar à melhor solução face a todos estes condicionalismos”.
Ainda sem solução, quinta-feira não há feira.
