Zulu Zulu criam espectáculo inspirado na arte de José de Guimarães

Os Zulu Zulu actuam este Sábado no Centro Internacional de Artes José de Guimarães (CIAJG). A banda vai encerrar o ciclo de músicas do mundo Terra, uma proposta da promotora vimaranense Capivara Azul que iniciou em Julho passado e que teve por objectivo reunir no CIAJG as músicas do mundo, num diálogo com a colecção permanente no espaço – que inclui actualmente peças de arte africana e pré-colombiana e obras do artista plástico que dá nome ao museu.

Os Zulu Zulu são de Palma de Maiorca e chegaram a Guimarães no passado Domingo. Têm ocupado, por estes dias, o Centro de Criação de Candoso em residência artística, mas, antes de habitarem o espaço, passaram pelo CIAJG, palco onde se irão apresentar este Sábado. O motivo? Inspirarem-se nas colecções do artista José de Guimarães, sobretudo nas pinturas e nos desenhos que o vimaranense criou nas décadas de 50 e 60.

“Os Zulu Zulu vão fazer um espectáculo conceptual desenhado de uma ponta à outra inspirado no CIAJG, com canções novas feitas a partir dessa inspiração”. As palavras são de Samuel Silva, um dos mentores da Capivara Azul, e que falou à RUM, em Candoso, sobre a ideia de cruzar a arte do trio maiorquino com o que está patente no museu vimaranense.

“Olhamos para o CIAJG e reconhecemos a oportunidade de explorar um ciclo de músicas do mundo com uma vertente mais contemporânea”, refere o responsável sobre a génese do Terra, ciclo que iniciou com Aline Frazão – em Julho -, prosseguiu com os ugandeses Otim Alpha – em Setembro -, encerrando agora com os espanhóis Zulu Zulu.

A sonoridade do trio espanhol situa-se algures entre a pop-rock anglo-saxónica, elementos tropicais e o reggaeton. Em Candoso, onde ensaiam as últimas peças para o espectáculo de Sábado, a banda composta pelos elementos Pep Toni Ferrer, Miguel Mesquida e Miquel Perelló, apresenta-se à RUM como sendo “uma miscelânea de tudo“.

A vertente miscigenada do trio não está reflectida apenas no som mas também na estética visual. Os Zulu Zulu vestem roupas e utilizam máscaras ancestrais, num resultado que se quer apoteótico. “No final, queremos criar um show. O nosso espectáculo não é unicamente musical, é um pouco de tudo: é o som, o visual, a iluminação, o ambiente. Queremos extrapolar o conceito total“.

A proposta iconográfica dos Zulu Zulu é, por isso, um “link muito forte ao CIAJG”, aponta Samuel Silva. “São uma banda que se complementa muito bem com o que está no CIAJG: eles vieram muito inspirados do museu e vão estrear, no espectáculo, máscaras novas inspiradas nas colecções de José de Guimarães, em termos de cor e da forma humana”.

O trio da ilha balear corrobora as palavras de Samuel e assegura que o que viram “encaixa perfeitamente” na identidade da banda. “As três exposições do museu, a das máscaras africanas, a da Geometria Sonora e a da Plant Revolution, encaixam-se naquilo que fazemos. Além das máscaras, vamos apresentar samples inspirados nessas colecções“. 


Em palco, os Zulu Zulu vão apresentar peças influenciadas pelo CIAJG, e temas do primeiro e segundo discos (Defensa Zebra, 2017, e o novo, a ser editado no início do próximo ano). O resultado, antecipam, será algo difícil de descrever. “Quem nunca nos viu, quem não tenha nenhuma referência, vai simplesmente flipar!”


Os Zulu Zulu actuam este sábado na blackbox do CIAJG, às 21h30. Os bilhetes custam 7 euros e podem ser adquiridos aqui.

Pedro Magalhães
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